terça-feira, 9 de agosto de 2011

Entrevista não é só o gueri-gueri [@SBSComunica}


Uma das minhas maiores surpresas, logo após ser contratada como assessora de imprensa, foi descobrir as reais expectativas do novo cliente. Para ele, contar com esse tipo de apoio era um luxo, coisa para dar status.
Como é de praxe, a cada entrevista, fazia uma avaliação preliminar da pauta, reunia material de referência, explicava o que o colega buscava, qual tipo de veículo, editoria, etc. Ele passava os olhos nos papéis e repetia: “não é só um gueri-gueri?”.
Custei a entender que, para ele, a entrevista era um fim, não o começo para a construção da própria imagem. Ninguém dá (ou não deveria dar) entrevistas simplesmente para aparecer. Uma entrevista é uma oportunidade de apresentar e defender ideias. Conquistar espaço num veículo conceituado pode ser o começo de uma relação mais duradoura com aquela empresa e abrir portas em outras, se o entrevistado souber aproveitar aquele momento para mostrar-se um conhecedor do assunto em pauta, uma pessoa objetiva, clara, coerente, atualizada, alguém capaz de oferecer informações precisas, relevantes e, se possível, inéditas, confiáveis.
Informação é matéria-prima. O resto é produto, negócio tocado com maior ou menor profissionalismo. Nesse processo, o entrevistado é um “parceiro” que entra com as informações. O veículo empresta a sua credibilidade. Hoje, falamos em reputação digital. Tudo que é dito pode ser reproduzido em portais, sites, blogs, redes sociais, emissoras de rádio, TV. Por isso, todo cuidado é pouco.  Entrevista não é só um gueri-gueri. Deve ser pensada e planejada para produzir um bom resultado. Quer um exemplo? Quem garante que a entrevista da cantora Sandy, que antes mesmo de ser publicada "bombou" nas redes sociais, não foi planejada para acentuar a face “devassa” da eterna mocinha?   

Silvana Silva, consultora de comunicação da SBS Comunicação

Nenhum comentário:

Postar um comentário